ALDO CALVET

 

serviÇo nacional de teatro : JORNALISMO :

BIOGRAFIA


DIONYSOS


ÓRGÃO DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO

DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

ANO I – OUTUBRO DE 1949 – Nº 1


“A Revista “DIONYSOS”, que este Ministério, por intermédio do Serviço Nacional de Teatro fará publicar, destina-se a difundir conhecimentos teóricos e práticos da arte dramática, contribuindo, dêsse modo, para o trabalho em que estamos empenhados de desenvolvimento de um teatro de expressão cultural, a fim de que a arte cênica seja um dos acentuados fatores da formação da inteligência e da sensibilidade do povo brasileiro.


A tarefa de dotar a Nação de um teatro próprio, que reflita as peculiaridades da psicologia brasileira e seja, ao mesmo tempo, um movimento de arte, entrosado na cultura ocidental e americana, demanda um esforço contínuo de gerações, para o qual espero que muito possa contribuir a Revista cuja publicação ora se inicia.


Suas páginas ficam abertas aos nossos autores, críticos, atores, técnicos e especialistas em teatro de um modo geral, com cuja cooperação procuraremos atingir àqueles altos objetivos.”

CLEMENTE MARIANI


ENSAIOS


O dramaturgo Milan Begovic - Aldo Calvet

Dionysos Ano I - Outubro de 1949 - N1

“Um aventureiro diante da porta” . . . eis uma história de ação e movimento na qual apenas existem três figuras reais: a pequena enferma, o médico e a enfermeira. Todas as demais personagens são frutos da imaginação num breve instante de lucidez. Durante esse curto espaço a jovem agonizante sonha e o sonho toma forma e expressão da vida de conformidade com os desejos ou caprichos outrora alimentados. Muito embora apareçam diversos caracteres em indivíduos tantos, a estrutura psicológica da peça se mantém inalterável conservando sempre um equilíbrio perfeito entre a feminilidade emotiva e o fundo filosófico por vezes dominado de intenso misticismo que faz com que o autor transcenda os limites do mal e do bem... leia mais


Aspectos do Teatro de Garrett - Aldo Calvet

Dionysos Ano VII - Dezembro de 1957 - N8

“FILIPA DE VILHENA”

Estamos nos fins de 1640, completando cerca de sessenta anos que os portugueses sofriam o jugo castelhano. Em Évora e Braga havia revoltas e tumultos em consequência dos quais o governo intruso não tinha por onde se iludir. As esperanças repousam no Duque de Bragança. Maior se faz sentir a pressão de Madrid em face dos acontecimentos. Urge, portanto, que a revolução estoure e que Portugal proclame a sua liberdade. A cena inicial passa-se na casa de Rui Galvão. É um nobre português que se vendera ao partido de Miguel de Vasconcelos, secretário da duquesa regente. Quem revela o que vem a acontecendo naquela casa é o velho mordomo Custódio Peres, tipo interessante que atravessa as cenas resmungando sempre, mas é sujeito de boa têmpera; ocupa-se dos afazeres domésticos, no entanto, tudo percebe e sabe que a sua presença lá se impõe porque a verdadeira proprietária de tudo ali é D. Leonor, que ele criou desde tenra idade, pois o pai da fidalga donzela ao morrer, sem imaginar que o irmão havia de corromper-se, fê-lo tutor da filha. D. Leonor é herdeira riquíssima. Rui Galvão, porém, dilapidara-lhe a fortuna, tornando-se devido a isso exaltado correligionário do partido dominante. Galvão está interessado em casar Leonor com um tal Correia, mano do secretário de Miguel Vasconcelos. Sobre todos estes fatos fala Custódio Peres, o escravo mordomo, ao nobre primo de Leonor, amigo de infância da jovem órfã que, porém, lhe nutre sincero e fidelíssimo afeto, sendo o casamento, aliás, do gosto do seu falecido pai. Chama-se o moço fidalgo D. Jerônimo de Ataíde. É o filho mais velho da célebre condessa de Atouguia D. Filipa de Vilhena. .....  leia mais


O’Neill o homem e sua obra - Aldo Calvet

Dionysos Ano III Setembro de 1952

“Beyond the Horizon” conduz-nos a uma fazenda. É uma região agrícola acidentada, com sua estrada rural a estender-se contornando montes, campos verdes, colinas, etc. Temos aqui o drama de dois irmãos que gostam da mesma mulher. Vê-se logo que esta peça explora o “único tema de teatro que existe”, como diz Augusto de Castro, a paixão humana no seu fulgor primitivo, os grandes sentimentos instintivos, indomáveis, profundos, que se agitam na natureza do homem como força poderosa e eternal. Quebrando o convencionalismo do ambiente afrancesado, que se estabeleceu como regra para a realização da obra dramática, Eugene O’Neill inspira-se nos herois da tragédia grega, no que constitui de puro e simples na alma do homem, dando-lhes, porém, a roupagem do meio, os embates da vida moderna, criando novos choques de interesses sociais na luta do indivíduo pela conquista dos seus ideais, castigado pela adversidade em plena disputa do pão de cada dia ou oculto no subterrâneo da consciência. Há nesse neo-helenismo de O’Neill, sobretudo, um anseio de libertação, ainda que esta venha com a morte. Assim é em “Beyond the Horizon”...... leia mais


ARTIGOS


A Posse do novo diretor do SNT

Dionysos Ano III Junho de 1952


Companhia Dramatica Nacional - Temporada De 1954

Dionysos Ano V


SNT Trinta Anos de Atividades

Dionysos Ano VI Fevereiro de 1955


A Compensação Do Erro  - Aldo Calvet

Dionysos Ano-XIII Maio de 1968

Precisamos errar. é necessário errar. Nao é errar Escondido, acocorado, subservientemente. Impõe errar diante do público. De perto, de peito aberto. Errar com plena dignidade em face do êrro. Errar de fronte erguida. Errar com responsabilidade, segurança, com consciência profissional, com convicção adulta. êrro benéfico. êrro functional. êrro resultante. êrro reconhecido não disfarçado. êrro reconhecido êrro.


Eis o único caminho a seguir para a criação de um Teatro Nacional Brasileiro, teatro vigoroso, significativo, expressivo, realmente nosso!



Terras do sem-fim - Aldo Calvet Comentários

Dionysos-Ano-XXIV-Dezembro de 1973-N22

“TERRAS DO SEM-FIM” NO GINÁSTICO

Transcrito de “Folha Carioca” – 12/8/1947 ALDO CALVET


A tentativa de transformar em peça teatral o belo romance de Jorge Amado não acreditamos idéia feliz de Graça Melo, porque por mais que condense todo o conteúdo da obra literária em lances dramáticos emocionais, ali são tantos e de variantes ininterruptas tão sugestivas que a dinâmica cênica, ainda que avançada para além do proscênio, nada reproduz do formidável drama da terra, quedando-se pálida e inexpressiva na escuridão inócua da platéia a poderosa sugestão da natureza bravia, rica de seiva, bela e agreste, cobiçada, com seu feitiço misterioso, a despertar na ambição desmedida do homem rústico a tentação de domínio advindo daí a “luta pela conquista da mata”.


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