ALDO CALVET

 

BIOGRAFIA


DADOS AUTOBIOGRÁFICOS DE

ALDO CALVET


PARA INSTRUIR ENTREVISTA PUBLICADA EM JORNAL DO RIO, QUANDO DE SUA NOMEAÇÃO PARA O CARGO DE DIRETOR DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO – 1951


Nasci em São Luis do Maranhão, aos 13 de março de 1911, na Rua (ou Beco) do Teatro. Estava predestinado. Estudei no Instituto Fernandes, Instituto Cardoso, Sacramento e outros colégios da minha terra natal. Desde 1931, tomei contato com o teatro, ingressando num grupo amadorista sanluizense. Devo dizer que sempre tive grande interesse pelo teatro, tanto que, desde 1926, acompanhava as temporadas que as companhias teatrais realizavam no Teatro Arthur Azevedo da capital maranhense. Como amador, promovi várias iniciativas e realizações, não somente encenando peças nos grupos denominados Cia. Hugo Alberto e Luis de Sevilha, como na qualidade de um dos diretores desses dois grupos, tomando parte saliente em excursões pelos Estados do Piauí e Ceará. Apaixonado pelo teatro e desejoso de me ver  num elenco profissional, pedi demissão do emprego público que então exercia na Fiscalização dos Portos do Maranhão, para ingressar como ator na Companhia Marquise Branca, com a qual viajei durante dois anos por todo o Norte do País. Este grupo representava pequenas comédias em dois ou três atos, dramas como “Honrarás tua Mãe”,  .....leia mais

REMINISCÊNCIAS


Numa noite de espetáculo em Maceió, no teatro Deodoro, sobe à cena a peça portuguesa  “O Rapto de Fernanda”, pela companhia Marquise Branca. Como se tratasse de um remonte, preferi “pontar”. Tinha que soprar mais ou menos assim: “E muito há de ficar contente .....leia mais


DISCURSO DE POSSE DE ALDO CALVET NA DIREÇÃO DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO 28.02.1951


Senhor Ministro

Minhas Senhoras

Meus Senhores

Os homens não se pertencem. São do todo em que vivem, lutam e morrem. Saio de uma campanha que, francamente, não promovi, porque a ela fui impelido pela vontade indestrutível e eloqüente dos artistas do Brasil. A luta não me abate. Estimula-me. Como homem de jornal, habituado a esses debates constantes em defesa do bem estar coletivo, V. Exa., Senhor Ministro, sabe perfeitamente de que são capazes os indivíduos quando entram no jogo das competições, visando meramente a interesses pessoais. Eu devia, pois, esperar tudo, até mesmo atitudes irrepreensíveis de reputada moral e gestos de elegância e bela ação. Não guardo ódio, nem rancor, nem ressentimentos de ordem individualista. Não animo o menor desejo de vindita. Ao aceitar a indicação do meu nome para o alto cargo de diretor do Serviço Nacional de Teatro, em movimento espontâneo da classe teatral, cujas esperanças de êxito tinham por base a promessa do Excelentíssimo  .....leia mais

PRESS RELEASE DA PUBLICAÇÃO DO LIVRO “TEATRO” DE ALDO CALVET


--- Meu teatro é um teatro social e filosófico por excelência. Desde “Katalina” (1938) --- a prostituta que se redime pelo amor, a “Escambo” (1968) --- o problema de casais que se reúnem numa cobertura para vencer a saturação conjugal por meio de câmbios sexuais entre os cônjuges, de então até hoje procuro construir ideias numa atuação dramática pedagógica de fatos buscados na realidade existencial cotidiana.



--- Acredito na bondade característica do homem como criação de Deus; penso que o homem deve aperfeiçoar-se na elevação do amor ao próximo, do cultivo da verdade e no instinto natural da procriação ate que, enfim, depois de ser a semelhança possa chegar mesmo a ser Deus. Reconheço que a luta pela vida, pela sobrevivência é que torna o homem mau, vingativo, mesquinho, mentiroso, capaz de atitudes torpes, de atos inconfessáveis; tão cruel aparece o homem na face da terra que, como diz o bom amigo gaúcho, o Guta, dominado pelo intestino grosso, não hesita em tirar a mamadeira da boca de uma criança. ....leia mais


O JORNALISTA E O DIRETOR DO SERVIÇO NACIONAL DE TEATRO


O teatro brasileiro atravessa um período de prestígio e de magníficas realizações, mas é bom notar, à custa do seu esforço próprio, da inteligência dos velhos e novos, diretores e artistas, autores, empresários e críticos. O desenvolvimento que o teatro brasileiro vem obtendo, nos últimos tempos, é fruto do trabalho e da cultura do brasileiro, e não como pretendem por aí atribuir esse alevantamento a forasteiros que penetraram no País disfarçados em camponeses nas quotas de imigração. Examine e veja se encontra no Brasil alguma notabilidade estrangeira em matéria de arte dramática de fama reconhecida e comprovada no exercício da profissão no exterior. Com raríssimas exceções honrosas, aliás, o que existe é gente desconhecida, rotulada de celebridade. Ora, só poderíamos reconhecer as influências de adventícios em nossa cena se contássemos com a presença de personalidades insuspeitáveis. .....leia mais

VOCAÇÃO E ENSINO


Quando à frente do antigo SNT (1951/1954) transformamos o Curso Prático de Teatro, criado por Abadie Faria Rosa e dirigido por Benjamim Lima, em Conservatório Nacional de Teatro, depois Escola de Teatro da Fefieg e atual Escola de Teatro ou Faculdade de Artes Cênicas da Uni-Rio, procuramos atender, em primeiro lugar, aos anseios de evolução do seu corpo docente que, em 1953, crescia pleno de idealismo e entusiasmo pela necessidade de ampliação de seu currículo didático então composto de disciplinas mínimas em confronto com o desenvolvimento da arte dramática, levando em  consideração as propostas de reformulação de geniais realizadores desde o surgimento do Teatro Livre de André Antoine, em. .....leia mais